ANTÓNIO OSÓRIO
(Setúbal, Portugal, 1933)
Escritor, poeta
***
SONETO DA AUSÊNCIA
O que a memória havia sepultado
em sábia rejeição, nos seus arcanos
a ausência faz voltar, ressuscitados
a morta dor, o morto amor, os mortos anos.
As já esquecidas mágoas emergem
deste oceano de lágrimas revoltas
a sargaços se agarram, quase soltas
ao sal amargo dos infrenes ventos.
Em luta uns com os outros os sentidos
Sangue e memória em guerra com o silêncio.
E surge a tentação nesta golfada
em sábia rejeição, nos seus arcanos
a ausência faz voltar, ressuscitados
a morta dor, o morto amor, os mortos anos.
As já esquecidas mágoas emergem
deste oceano de lágrimas revoltas
a sargaços se agarram, quase soltas
ao sal amargo dos infrenes ventos.
Em luta uns com os outros os sentidos
Sangue e memória em guerra com o silêncio.
E surge a tentação nesta golfada
de pranto que sufoca as coronárias:
melhor quem sabe o sofrimento antigo
do que este negror de tua ausência.
melhor quem sabe o sofrimento antigo
do que este negror de tua ausência.
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