quinta-feira, 28 de maio de 2020

SANT'ANNA DIONÍSIO - Filósofo



SANT'ANNA DIONÍSIO
(Porto, Portugal, 1902 - 1991)
Escritor, professor, filósofo

***

Em 1924, licenciou-se em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e, dois anos mais tarde, licenciou-se também em Filosofia.

Ao lado de José Marinho (1904-1975), foi um dos maiores discípulos de Leonardo Coimbra (1883-1936).

Sant’Anna Dionísio é um autor que escreve sobre muitos assuntos, é um pensador que medita sobre muitos saberes. A sua obra maior reflecte acerca da filosofia, da política, da pedagogia e das culturas grega e portuguesa.

Poder-se-á verificar que, ao mesmo tempo que alude à relevância que a cultura helénica e grega tem para a cultura e a educação em Portugal, refere de igual modo que a Filosofia é uma propedêutica e uma maiêutica, ou seja, que é a base de toda a educação.

Um dos sonhos que acompanha Sant’Anna Dionísio por toda a sua vida e obra é a criação de uma universidade livre, isenta de quaisquer objectivos práticos. Tal escola superior seria aberta a todos quantos tivessem a ânsia de um saber desinteressado de diplomas, exames ou vaidades. No fundo, o escopo do autor portuense é fundar uma escola de humanidades ou, como ele próprio escreve, uma “humaníssima escola” onde aqueles que quisessem aprender e ensinar, independentemente de serem lojistas, guarda-livros, burocratas, auto-didactas ou burgueses, teriam um lugar privilegiado.

Tão-só porque os professores ou os mestres não seriam doutores mas simples almas acordadas, prontas e discretas ao serviço de interrogar e esclarecer os mais curiosos.

Sant’Anna não é, apenas, um professor e um pedagogo, um filósofo e um ensaísta, é também um metafísico, um homem atento às esferas extra-sensoriais.

Numa entrevista dada, poucos anos antes da sua morte, à revista Leonardo em Março de 1988, alertava para a importância a conceder ao sentido da Morte e para a atenção a ser dada aos anjos que, imperceptivelmente, habitam e contactam o nosso espaço.





in “Nova Águia” (excertos)





Sem comentários:

Enviar um comentário