terça-feira, 1 de outubro de 2013

PRÉMIO CAMÕES - 1989




          O Prémio Camões é o maior galardão literário dedicado à Literatura em Língua Portuguesa.

         Foi instituído em 1988, pelo Protocolo Adicional ao Acordo Cultural entre os Governos da República Portuguesa e da República Federativa do Brasil.

        O Prémio Camões é atribuído, anualmente, a um autor de Portugal, do Brasil e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, pelo conjunto da sua obra e pelo contributo prestado ao enriquecimento do património literário e cultural do universo lusófono.    

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         Miguel Torga (1907-1995) foi o primeiro autor galardoado com o Prémio Camões, em 1989. Recebeu-o em Lisboa, em Junho do mesmo ano.

        A vasta obra de Miguel Torga é constituída por poesia, memórias, novela, ensaio, teatro, romance, conto, discursos, traduções.

       
                 Camões

 
Nem tenho versos, cedro desmedido,
Da pequena floresta portuguesa!
Nem tenho versos, de tão comovido
Que fico a olhar de longe tal grandeza.


Quem te pode cantar, depois do Canto
Que deste à pátria, que to não merece?
O sol da inspiração que acendo e que levanto,
Chega aos teus pés e como que arrefece.


Chamar-te génio é justo, mas é pouco.
Chamar-te herói, é dar-te um só poder.
Poeta de um império que era louco,
Foste louco a cantar e louco a combater.


Sirva, pois, de poema este respeito
Que te devo e professo,
Única nau do sonho insatisfeito
Que não teve regresso!

 
Miguel Torga, in “Poemas Ibéricos”.

 
"A desgraça dos verdadeiros poetas de Portugal, é que cada livro seu tem de ser desenterrado de uma avalanche diária de pseudo-poesia."

 
Miguel Torga, in “Diários”.


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