Giuseppe Ungaretti, filho de
emigrantes italianos, nasceu em Alexandria, Egipto, em Fevereiro 1888 e viveu
até Junho de 1970.
Lutou na
Primeira Grande Guerra Mundial.
Em 1912 foi para
Paris, onde estudou na Sorbonne.
Publicou a sua
primeira poesia, em 1915, na revista “Lacerba”.
Foi o criador
e principal inspirador da poesia hermética italiana.
Entre 1937 e
1942 viveu no Brasil, onde leccionou italiano na Universidade de S. Paulo.
Algumas das obras publicadas: “A Guerra”;
“Poesia Dispersa”; “Vida de um Homem” e “Razões de Uma Poesia”.
"Hino à
morte"
Amor, meu emblema de jovem,
que volta a dourar a terra,
difuso no dia rupestre,
é a última vez que contemplo
(ao pé deste barranco, de impetuosas
águas, suntuoso, funesto
de antros) o rasto de luz
que, como a lastimosa rolinha
inquieta, meandra no gramado.
Amor, salvação fulgurosa,
pesam-me os anos do porvir.
Largado o bastão fiel,
resvalarei para a água sombria
sem um queixume.
Morte, árido rio...
Imêmore irmã, morte,
igual ao sonho me farás
beijando-me.
Terei teu mesmo passo,
irei sem deixar traço.
Tu me darás o coração indiferente
de um deus, serei inocente,
sem pensamentos, nem cuidados.
Com a mente murada,
com os olhos caídos em esquecimento,
far-me-ei guia da felicidade.
que volta a dourar a terra,
difuso no dia rupestre,
é a última vez que contemplo
(ao pé deste barranco, de impetuosas
águas, suntuoso, funesto
de antros) o rasto de luz
que, como a lastimosa rolinha
inquieta, meandra no gramado.
Amor, salvação fulgurosa,
pesam-me os anos do porvir.
Largado o bastão fiel,
resvalarei para a água sombria
sem um queixume.
Morte, árido rio...
Imêmore irmã, morte,
igual ao sonho me farás
beijando-me.
Terei teu mesmo passo,
irei sem deixar traço.
Tu me darás o coração indiferente
de um deus, serei inocente,
sem pensamentos, nem cuidados.
Com a mente murada,
com os olhos caídos em esquecimento,
far-me-ei guia da felicidade.
Giuseppe Ungaretti, in “The Feeling of Time”
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