ARGENTINA
SANTOS
(Mouraria, Lisboa, Portugal, 1926)
Fadista
Argentina Santos cantou,
essencialmente, no restaurante de que sempre foi proprietária, “A Parreirinha
de Alfama”.
Mulher corajosa e de muito
trabalho dedicou-se à cozinha do espaço que abriu. Aí se juntavam muitos
fadistas para petiscar e cantar e, a pouco e pouco, criaram o ambiente do
restaurante que ainda hoje se mantém.
Deslocou-se ao Brasil, a
S. Luís do Maranhão, em 1995, e a S. Paulo, em 1999 actuando na Casa de Portugal,
à Grécia, à Escócia, a França, à Holanda, ao País de Gales, a Londres e a
Itália.
A sua “Parreirinha de
Alfama” tem sido cenário de muitos afectos: por lá têm passado grandes poetas
do fado e compositores que lhe têm oferecido todo o reportório que possui. E,
consciente da importância de ter um reportório próprio, Argentina Santos faz
questão de cantar temas exclusivos, à excepção do fado "A Lágrima",
de Amália Rodrigues, e do "Lisboa Casta Princesa", do repertório de
Ercília Costa.
Temas como "A Minha Pronúncia",
o "Chafariz d' El Rei", “As Duas Santas” e “Juras” são a sua imagem
de marca, os quais foram registados nos seus primeiros trabalhos discográficos,
ainda em formato de 78 rpm, gravados para a editora Estoril, logo no ano da sua
estreia, em 1953.
Em 1999, no dia 28 de
Novembro, foi-lhe prestada uma festa de homenagem no Museu do Fado.
No ano seguinte, a 28 de
Abril, foi-lhe prestada uma homenagem no Coliseu dos Recreios em Lisboa, onde
participaram inúmeros fadistas das várias gerações, que lhe teceram elogiosos
comentários, demonstrativos do grande respeito inspirado pela fadista Argentina
Santos aos seus colegas..
A Fundação Amália
Rodrigues, na sua primeira atribuição de prémios, em 2005, distinguiu Argentina
Santos com o prémio "Carreira".
in “Museu do Fado” (excertos)
Palavras de Argentina
Santos:
“Canto
quando é preciso cantar, quando tenho público que gosta de fado. Agora se é
público que gosta de marchas e palminhas, eu não sei fazer isso. Claro que há
gente que bate palmas a tudo. Essas pessoas vêm ao fado por vaidade, não é
porque gostam. “
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