Branquinho
da Fonseca nasceu em Mortágua no dia 4 de Maio de
1905, e viveu até 7 de Maio de 1974.
Poeta, dramaturgo, tradutor e novelista,
foi uma personalidade destacada do Segundo Grupo do Modernismo Português.
Em
1926, publicou o primeiro livro de poesias intitulado “Poemas”.
Foi organizador e director do Serviço
de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian.
A novela “Barão” é considerada a
obra-prima do autor.
Em sua homenagem, foi criado o “Prémio
Branquinho da Fonseca de Conto Fantástico”.
Sonho da Rosa
Se me recordas entristeço e faço
porque o teu vulto sensual me esqueça
e o teu olhar, a tua boca, e essa
graça de graça que tu pões no passo.
porque o teu vulto sensual me esqueça
e o teu olhar, a tua boca, e essa
graça de graça que tu pões no passo.
Sonho-fumo esgarçando-se no espaço-
nas mãos em concha amparo-te a cabeça,
e sem que a minha boca desfaleça
beijo-te a boca e cinge-te o meu braço.
nas mãos em concha amparo-te a cabeça,
e sem que a minha boca desfaleça
beijo-te a boca e cinge-te o meu braço.
Já, no jardim deserto da tristeza,
vens aos meus olhos como a luz acesa
que uma penumbra dolorida apaga...
vens aos meus olhos como a luz acesa
que uma penumbra dolorida apaga...
Vai-se extinguindo o meu desejo... Olha:
tu foste a rosa que ao abrir se esfolha,
nuvem perdida que no céu divaga...
tu foste a rosa que ao abrir se esfolha,
nuvem perdida que no céu divaga...
Branquinho da Fonseca, in “Poemas”.
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