José
Gomes Ferreira nasceu no Porto no dia 9 de Junho de 1900.
Viveu até 8 de Fevereiro de 1985.
Foi poeta e escritor. Pertenceu à
geração do Novo Cancioneiro, expressando as suas influências neo-realistas
Estudou
nos liceus Camões e Gil Vicente. Em 1924, formou-se em Direito.
Foi cônsul na Noruega durante quatro
anos.
Colaborou nas revistas “Presença”,
“Seara Nova”, “Descobrimento”, “Imagem”, “Ressurreição” e “Gazeta Musical e de
Todas as Artes".
Compôs o poema sinfónico “Idílio Rústico”.
Foi condecorado com a “Ordem Militar de
Santiago de Espada e Grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade”.
Em 1981 recebeu a
distinção de cidadão honorário de Odemira.
Aquando
do centenário do nascimento de José Gomes Ferreira, a Videoteca da Câmara
Municipal de Lisboa produziu um documentário sobre a vida do poeta intitulado
“Um Homem do Tamanho do Mundo”.
O Nosso Mundo é
Este
O nosso mundo é este
Vil suado
Dos dedos dos homens
Sujos de morte.
Um mundo forrado
De pele de mãos
Com pedras roídas
das nossas sombras.
Um mundo lodoso
Do suor dos outros
E sangue nos ecos
Colado aos passos…
Um mundo tocado
Dos nossos olhos
A chorarem musgo
De lágrimas podres…
Um mundo de cárceres
Com grades de súplica
E o vento a soprar
Nos muros de gritos.
Um mundo de látegos
E vielas negras
Com braços de fome
A saírem das pedras…
O nosso mundo é este
Suado de morte
E não o das árvores
Floridas de música
A ignorarem
Que vão morrer.
E se soubessem, dariam flor?
Pois os homens sabem
E cantam e cantam
Com morte e suor.
O nosso mundo é este….
(Mas há-de ser outro.)
Vil suado
Dos dedos dos homens
Sujos de morte.
Um mundo forrado
De pele de mãos
Com pedras roídas
das nossas sombras.
Um mundo lodoso
Do suor dos outros
E sangue nos ecos
Colado aos passos…
Um mundo tocado
Dos nossos olhos
A chorarem musgo
De lágrimas podres…
Um mundo de cárceres
Com grades de súplica
E o vento a soprar
Nos muros de gritos.
Um mundo de látegos
E vielas negras
Com braços de fome
A saírem das pedras…
O nosso mundo é este
Suado de morte
E não o das árvores
Floridas de música
A ignorarem
Que vão morrer.
E se soubessem, dariam flor?
Pois os homens sabem
E cantam e cantam
Com morte e suor.
O nosso mundo é este….
(Mas há-de ser outro.)
José
Gomes Ferreira
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