Ângelo
de Lima nasceu na cidade do Porto, no dia 30 de Julho de 1872. Viveu
até 14 de Agosto de 1921.
Foi poeta e pintor.
Em 1892, participou, como voluntário,
numa expedição militar a Moçambique.
Colaborou na revista “Orpheu” e foi
director artístico da revista ”A Geração Nova”.
A sua poesia foi tema para alguns
estudos, a partir do “Relatório sobre o estado mental de Ângelo de Lima”,
assinado pelo psiquiatra Miguel Bombarda.
SONETO
Pára-me de repente
o pensamento
Como que de repente
refreado
Na doida correria
em que levado
Ia em busca da paz,
do esquecimento...
Pára surpreso,
escrutador, atento,
Como pára um cavalo
alucinado
Ante um abismo
súbito rasgado...
Pára e fica e
demora-se um momento.
Pára e fica na
doida correria...
Pára à beira do
abismo e se demora
E mergulha na noite
escura e fria
Um olhar de aço que
essa noite explora...
Mas a espora da dor
seu flanco estria
E ele galga e
prossegue sob a espora.
Ângelo de Lima
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