THÉOPHILE GAUTIER
(França, 1811
- 1872)
Escritor,
poeta, crítico literário, pintor
***
A NUVEM
As roupas
deslaçando, entra no banho
A lânguida sultana enamorada:
Livre do pente, os ombros nus lhe beija
A longa e fina trança desatada.
A lânguida sultana enamorada:
Livre do pente, os ombros nus lhe beija
A longa e fina trança desatada.
Atrás dos
vidros o sultão a espreita;
E consigo murmura: como é bela!
"Ninguém a vê, ninguém! o negro eunuco
Do harém na torre solitário vela!"
E consigo murmura: como é bela!
"Ninguém a vê, ninguém! o negro eunuco
Do harém na torre solitário vela!"
- Eu a vejo,
uma nuvem lhe responde
Do sereno e alto azul iluminado:
- Vejo-lhe os seios nus, vejo-lhe o dorso,
- E o seu corpo de pérolas colmado.
Do sereno e alto azul iluminado:
- Vejo-lhe os seios nus, vejo-lhe o dorso,
- E o seu corpo de pérolas colmado.
Fez-se pálido
Ahmed bem como a lua,
E erguendo o seu kandjar de folha rara,
Desce, e apunhala a nua favorita...
Quanto à nuvem... no azul se dissipara...
E erguendo o seu kandjar de folha rara,
Desce, e apunhala a nua favorita...
Quanto à nuvem... no azul se dissipara...
Tradução: Gonçalves Crespo
Sem comentários:
Enviar um comentário