Filinto
Elísio nasceu em Lisboa, no dia 23 de Dezembro de 1734. Viveu
até 25 de Fevereiro de 1819.
Foi poeta e tradutor.
Em 1754, foi ordenado padre. Apesar
disso, nos seus escritos, Filinto Elísio atacou o clero, combateu a superstição
e o atraso predominantes no país.
Uma denúncia feita à
Inquisição obrigou-o a refugiar-se em França, em 1778, acusando-o de ser
pronunciador de afirmações heréticas e liberais.
As suas poesias foram
editadas em Paris e em Lisboa, num total de onze e vinte e dois volumes,
respectivamente.
Foi um dos
poetas mais importantes do Neoclassicismo Português.
Traduziu
obras de Chateaubriand, La Fontaine, Sóror Mariana Alcoforado, entre outros.
Almeida Garrett escreveu sobre Filinto
Elísio: “Nenhum poeta, desde Camões, havia feito tantos serviços à língua
portuguesa”.
Das
Pedras Noutra Margem
e era - o topázio no teu peito e no elevador,
de onde se via Nova Iorque envidraçado,
pensei a vida toda dos teus seios;
Quis, a cada paragem, cantar as pedras
e, num manifesto, fazer das pedras meus versos,
a cor furtada ao brilho dos meus olhos
e o néon tremeluzente, tuas mãos;
Soube-as em dedos cuidados doutras musas,
em brincos e piercings fabulosos, no trote das deusas,
pelas montras e avenidas fabulosas, soube-as lindas;
inertes que se evaporam no néon da cidade
- topázio! – e continuam pedra, das pedras, em mim…
Filinto Elísio, in “Obras”
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