sexta-feira, 11 de outubro de 2013

FILINTO ELÍSIO

 

          Filinto Elísio nasceu em Lisboa, no dia 23 de Dezembro de 1734. Viveu até 25 de Fevereiro de 1819.

         Foi poeta e tradutor.

         Em 1754, foi ordenado padre. Apesar disso, nos seus escritos, Filinto Elísio atacou o clero, combateu a superstição e o atraso predominantes no país.

         Uma denúncia feita à Inquisição obrigou-o a refugiar-se em França, em 1778, acusando-o de ser pronunciador de afirmações heréticas e liberais.  

                     As suas poesias foram editadas em Paris e em Lisboa, num total de onze e vinte e dois volumes, respectivamente.

        Foi um dos poetas mais importantes do Neoclassicismo Português.

        Traduziu obras de Chateaubriand, La Fontaine, Sóror Mariana Alcoforado, entre outros.

         Almeida Garrett escreveu sobre Filinto Elísio: “Nenhum poeta, desde Camões, havia feito tantos serviços à língua portuguesa”. 
 
Das Pedras Noutra Margem
 
Soube das pedras das mais preciosas, diria -,
e era - o topázio no teu peito e no elevador,
de onde se via Nova Iorque envidraçado,
pensei a vida toda dos teus seios;

Quis, a cada paragem, cantar as pedras
e, num manifesto, fazer das pedras meus versos,
a cor furtada ao brilho dos meus olhos
e o néon tremeluzente, tuas mãos;



Soube-as em dedos cuidados doutras musas,
em brincos e piercings fabulosos, no trote das deusas,
pelas montras e avenidas fabulosas, soube-as lindas;



Horas que se escapam das clepsidras e são areias,
inertes que se evaporam no néon da cidade
- topázio!
e continuam pedra, das pedras, em mim


Filinto Elísio, in “Obras”






 

 
   

 


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