MALMEQUER
Português,
ó malmequer
Em
que terra foste semeado?
Português,
ó malmequer
Cada vez andas mais desfolhado
Malmequer
é branco branco
Que
outra cor querem que escolhas
Se
te querem ver bonito
Por que te arrancam as folhas?
Por
muito humilde que sejas
Malmequer
ó meu amigo
Lá
vem o dia da espiga
Que tens honras de trigo
Malmequer
tens pouca flor
Mesmo
assim és um valente
Antes
ser dez réis de flor
Do que ser dez réis de gente
És
uma flor sempre povo
Vem
do povo a tua força
Estás
bem agarrado à terra
Não há vento que te torça
Malmequer
ou bem-me-quer
És
a flor mais desprezada
Uns
com muito, outros com pouco
E a maioria sem nada
És
branco da cor da paz
Mas
seja lá por que for
Há
para aí uns malmequeres
Que andam a mudar de cor
Regam-te
a seiva com esperança
Mesmo
assim não és feliz
Há
muitas ervas daninhas
Que te atacam a raiz
Malmequer
se fores regado
Num
dia de muito Sol
Cresce,
cresce, cresce, cresce
Para seres um girassol
Letra: César de Oliveira
Criação: Raul Solnado
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