terça-feira, 23 de julho de 2013

MATILDE ROSA ARAÚJO

 
 




            Matilde Rosa Araújo, nasceu em Lisboa no dia 20 de Junho de 1921, e viveu até 6 de Julho de 2010.

Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Frequentou o Curso Superior do Conservatório.

Foi docente do Ensino Técnico-Profissional e do primeiro Curso de Literatura para a Infância.

Colaborou em diversos jornais.

Alguns dos livros publicados: “Capuchinho Cinzento”; “Estrada sem Nome”; “A Escola do Rio Verde”, “O Palhaço Verde”, “O Livro da Tila”; “Camões Poeta, Mancebo Pobre”; “Histórias e Canções em Quatro Estações”, “Os Direitos da Criança”.

Foi distinguida com o “Grande Prémio de Literatura para Crianças”, da Fundação Calouste Gulbenkian e com o “Prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte”, de S. Paulo, Brasil.

Recebeu o grau de “Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique” e foi agraciada com o “Prémio Carreira”, pela Sociedade Portuguesa de Autores. Foi nomeada para o Prémio Andersen 94.

Pertenceu ao “Comité Português da UNICEF”, ao “Instituto de Apoio à Criança” e à “Sociedade Portuguesa de Escritores”.

Matilde Rosa Araújo, especialista em literatura infantil, viveu em constante inquietude com as múltiplas complexidades das crianças e foi uma acérrima defensora dos seus direitos.

 
Balada das Vinte Meninas Friorentas

 Vinte meninas, não mais,
eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
e branquinho o avental.

Vinte meninas, não mais,
eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
vestidinho azul-escuro.

As minhas vinte meninas,
capinhas dizendo adeus,
chegaram na Primavera
e acenaram lá dos céus.

As minhas vinte meninas
dormiam quentes num ninho
feito de amor e de terra,
feito de lama e carinho.

 As minhas vinte meninas
para o almoço e o jantar
tinham coisas pequeninas,
que apanhavam pelo ar.

Já passou a Primavera
suas horas pequeninas:
E houve um milagre nos ninhos.
pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos
que apetecia beijar:
Ovos que continham vidas
e asinhas para voar.

Já não são vinte meninas
que a luz do Sol acalenta.
São muitas mais! Muitas mais!
Não são vinte, são oitenta!

Depois oitenta meninas
eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
e branquinho o avental.

Mas as oitenta meninas,
capinhas dizendo adeus,
em certo dia de Outono
perderam-se pelos céus.

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