Walter Benjamin, (Berlim, Alemanha,
1892 - Portbou, Espanha, 1940).
Foi poeta, filósofo, tradutor e crítico literário.
Sendo um dos filósofos mais relevantes da
modernidade, apenas foi reconhecido após a sua trágica morte, durante a fuga das
forças nazistas.
Da sua
obra sobressaem as considerações sobre a literatura, a arte, as estruturas
sociais, as tecnologias.
Algumas
das suas obras: A Obra de Arte na Era da
sua Reprodutibilidade Tecnológica, Teses sobre o Conceito de História, A Origem
do Drama Trágico Alemão, Sonetos, Infância em Berlim por Volta de 1900 (livro
autobiográfico).
Palavras de Walter Benjamin:
"Deus é quem nutre todos os homens, e o Estado é quem os reduz à fome."
"Deus é quem nutre todos os homens, e o Estado é quem os reduz à fome."
Há em toda
a Beleza uma Amargura
Há em toda a beleza uma amargura
secreta e confundida que é latente
ambígua indecifrável duplamente
oculta a si e a quem na olhar obscura
secreta e confundida que é latente
ambígua indecifrável duplamente
oculta a si e a quem na olhar obscura
Não fica igual aos vivos no que dura
e a não pode entender qualquer vivente
qual no cabelo orvalho ou brisa rente
quanto mais perto mais se desfigura
e a não pode entender qualquer vivente
qual no cabelo orvalho ou brisa rente
quanto mais perto mais se desfigura
Ficando como Helena à luz do ocaso
a língua dos dois reinos não lhe é azo
senão de apartar tranças ofuscante
Mas à tua beleza não foi dado
qual morte a abrir teu juvenil estado
crescer e nomear-se em cada instante?
a língua dos dois reinos não lhe é azo
senão de apartar tranças ofuscante
Mas à tua beleza não foi dado
qual morte a abrir teu juvenil estado
crescer e nomear-se em cada instante?
Walter Benjamin, in “Sonetos”.
Tradução: Vasco Graça Moura
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