AUGUSTO DOS ANJOS
(Paraíba, Brasil, 1884 – Minas Gerais, 1914)
Poeta
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O legado do poeta para a
literatura brasileira é inestimável: sem se dizer membro de qualquer corrente
literária, o escritor usava versos coloquiais e escrevia sobre temas polémicos
típicos do naturalismo. Era dessa forma que ele criava poemas inovadores que
provocavam espanto e admiração nos leitores.
in“Universia”
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IDEALIZAÇÃO DA HUMANIDADE
Futura Rugia nos meus centros cerebrais
A multidão dos séculos futuros
- Homens que a herança de ímpetos impuros
Tornara etnicamente irracionais! –
Não sei que livro, em letras garrafais,
Meus olhos liam! No húmus dos monturos,
Realizavam-se os partos mais obscuros,
Dentre as genealogias animais!
Como quem esmigalha protozoários
Meti todos os dedos mercenários
Na consciência daquela multidão...
E, em vez de achar a luz que os Céus inflama,
Somente achei moléculas de lama
E a mosca alegre da putrefação
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