ALEXANDRE O'NEILL
(Lisboa, Portugal, 1924 - 1986)
Poeta
***
RUA ANDRÉ BRETON
Deflagraste
em nós na sempiterna circunstância: a pasmaceira.
E
por pouco não nos chamaram de Os Franceses.
Nas
pequenostes a hora era (e agora?) a dos remorsos engajados.
A
imitação do isto, a gangazul, a variz da varina
-
pretextos e mais pretextos para lágrima-tinta -
eram o trapo que comíamos
ainda.
A
rua André Breton está sempre a mudar de rua.
Entendidos,
desentendidos, como, ó rapaz, mudámos,
quando
desfechaste o teu revólver de cabelos brancos
sobre cada um de nós, os
comedores de trapo!
Por
uma questão de desgosto,
desde então que desavindos
com a vidinha!
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