terça-feira, 17 de setembro de 2013

ALMEIDA GARRETT




Almeida Garrett nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799, e viveu até 9 de Dezembro de 1854.

Por razões políticas, a sua família foi obrigada a refugiar-se nos Açores, durante a segunda invasão francesa, que entrou em Portugal por Chaves, seguindo-se a ocupação da cidade do Porto. Assim, a sua adolescência foi passada na Ilha Terceira, onde entrou para a Ordem de Cristo, na qual recebeu uma rigorosa educação religiosa.

Quando regressou ao Continente, frequentou Direito na Universidade de Coimbra. Nesta cidade organizou uma loja maçónica, que obteve muitas aderências dos alunos da Universidade.

Participou na revolução de 1820. Foi dirigente estudantil.

O golpe militar de D. Miguel, em 1823, conhecido como a Vilafrancada, pôs fim à primeira tentativa liberal em Portugal. Garrett exilou-se em Havre. Mais tarde foi para Paris.

Foi considerado um dos melhores oradores portugueses e um acérrimo opositor ao Cabralismo (Costa Cabral).

Em conjunto com mais de cinquenta personalidades, subscreveu o protesto contra a proposta sobre a Liberdade de Imprensa, vulgarmente designada por “lei das rolhas”.

Com o fim do Cabralismo, Garrett regressou à vida política e foi eleito deputado. Desempenhou o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Foi de sua iniciativa a organização da Inspecção-Geral dos Teatros, a edificação do Teatro D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática e do Panteão Nacional.

Em relação à sua profícua actividade literária é impossível neste pequeno texto destacar o imenso espólio composto por peças teatrais, romances, poesias, artigos, ensaios, biografias, etc. de um escritor que é uma das maiores figuras do romantismo português.

No entanto, não é possível deixar de salientar a grande obra-prima, “Frei Luís de Sousa”. “Viagens na minha Terra” foi outro dos belos livros que escreveu.

 
Quando eu sonhava

 
Quando eu sonhava, era assim

Que nos meus sonhos a via;

E era assim que me fugia,

Apenas eu despertava,

Essa imagem fugidia

Que nunca pude alcançar.

Agora, que estou desperto,

Agora a vejo fixar…

Para quê? – Quando era vaga,

Uma ideia, um pensamento,

Um raio de estrela incerto

No imenso firmamento,

Uma quimera, um vão sonho,

Eu sonhava – mas vivia:

Prazer não sabia o que era,

Mas dor, não na conhecia…

 

Almeida Garrett, in “Folhas Caídas”.

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