GUILHERME DE FARIA
(Guimarães, Portugal, 1907 – 1929)
Poeta
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Profundamente saudosista e
arreigadamente monárquico integralista, o seu lirismo musical manteve-se na
linha da poesia dos cancioneiros e da obra de alguns dos melhores poetas do
classicismo.
in “Grande Livro dos
Portugueses”
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SONETO DA MINHA ÂNSIA
Subir!
Subir! Subir! – Eis o ideal
Único
desta vida de imperfeito!
Quero
subir, meu Deus, tenho o direito
De
subir! Que, em minha alma de Imortal,
Sinto,
às vezes, dourada e triunfal,
Uma
luz singular! E sou perfeito
Embora
sinta o Mar dentro do peito!
Sou
divino, supremo e desigual!
Então
ulula o vento da loucura…
E
a voz eterna e clara da Aventura
Chama
por mim, gritando, sem cessar…
Subir!
Subir! Subir! Hei-de subir!
Que,
em minha alma, Senhor!, ’stou já a sentir
Uma sombra de génio a perpassar!
Lindissimo
ResponderEliminarEis um belo soneto onde o poeta se mostra num estado elevado da alma que, entre o desejo de atingir a perfeição, supera a realidade das suas limitações, chega a um momento íntimo superior e, entra no devaneio da sua alma ansiosa e inquieta.
ResponderEliminarBoa noite. Concordo com o seu excelente comentário. Obrigado. Cumprimentos.
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