ANTÓNIO LUIS MOITA
(Lisboa, Portugal, 1925 - 2013)
Poeta,
escritor
***
PÓLEN
E
por um verso de oiro eu fui cem vezes morto.
E
por amor de ti mil vezes me busquei.
Tinhas
as mãos tranquilas como os dias de Inverno.
Humedeci
os lábios na tua solidão.
Era
tão simples tudo! E ah, quem no soubera,
desprevenida
a face, exposta ao vário vento?
Agora
sei que ascende ao longe a Primavera
e vou,
bebendo o espaço, efémero e sereno.
Ao
mar abandonei as infundadas ilhas.
Um
rio acrescentei às mal cuidadas searas.
Agora
frutifico as minhas mãos em claras
surpresas de granito!
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