NICOLAU TOLENTINO
(Lisboa, Portugal, 1740 - 1811)
Poeta
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Embora a sua obra não seja
vasta, nem notável, é considerado um dos poetas mais lidos do seu tempo, e um dos
que mais elementos escritos nos deixou da sociedade em que viveu. O melhor que produziu
encontra-se reunido em Obras Completas.
in “Dicionário da Literatura
Portuguesa”
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CEGUEIRA
DE AMOR
Fiei-me nas promessas que afectavas
Nas lágrimas fingidas que vertias,
Nas ternas expressões que me fazias,
Nessas mãos que as minhas apertavas.
Talvez, cruel, que, quando as animavas,
Que eram doutrem na ideia fingirias,
E que os olhos banhados mostrarias
De pranto, que por outrem derramavas.
Mas eu sou tal, ingrata, que, inda vendo
Os meus tristes amores mal seguros,
De amar-te nunca, nunca me arrependo.
Nas lágrimas fingidas que vertias,
Nas ternas expressões que me fazias,
Nessas mãos que as minhas apertavas.
Talvez, cruel, que, quando as animavas,
Que eram doutrem na ideia fingirias,
E que os olhos banhados mostrarias
De pranto, que por outrem derramavas.
Mas eu sou tal, ingrata, que, inda vendo
Os meus tristes amores mal seguros,
De amar-te nunca, nunca me arrependo.
Ainda adoro os olhos teus perjuros,
Ainda amo a quem me mata, ainda acendo
Em aras falsas, holocaustos puros.
Ainda amo a quem me mata, ainda acendo
Em aras falsas, holocaustos puros.
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