terça-feira, 2 de março de 2021

THEO ANGELOPOULOS



THEO ANGELOPOULOS


THEO ANGELOPOULOS (Grécia, 1935-2012) é um autor maior do cinema contemporâneo cuja obra, possuidora de uma atmosfera nostálgica de forte carga poética, se tem vindo a afirmar desde a década de 70, aproximando-se em vários aspectos do trabalho de grandes cineastas como Antonioni ou Mizoguchi, que Angelopoulos sempre reclamou como seus mestres, pelo trabalho com o plano-sequência e a importância atribuída ao espaço em off.

Uma obra composta por cerca de vinte filmes desenvolvidos ao longo de cerca de quarenta anos, que se centra na realidade grega do último século ao procurar analisar a sua história e questioná-la à luz das transformações da ordem mundial e do cinema, cujo reconhecimento internacional é definitivamente conquistado em 1998 quando A ETERNIDADE E UM DIA ganha a Palma de Ouro em Cannes, depois de O OLHAR DE ULISSES ter vencido o Grande Prémio do Júri do mesmo Festival três anos antes.

Sempre entendeu o cinema como um meio de reflexão e de intervenção sobre a realidade, e é nesse sentido que a sua última longa-metragem, cujas filmagens foram interrompidas na sequência do acidente que conduziu à sua morte, abordava a actual situação política e financeira da Grécia, consistindo no último opus de um tríptico sobre o século XX e a falência da Grécia e da Europa.

Foi com a primeira longa-metragem, RECONSTRUÇÃO, em 1970, que Angelopoulos afirmou a originalidade do seu cinema, mas é a chamada trilogia político-histórica, composta por DIAS DE 36, A VIAGEM DOS COMEDIANTES e OS CAÇADORES, que o coloca entre os pioneiros de um cinema atento aos acontecimentos da história e à memória de um povo.




Fonte: “Cinemateca Portuguesa” (excertos)

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