THEO
ANGELOPOULOS
THEO ANGELOPOULOS (Grécia,
1935-2012) é um autor maior do cinema contemporâneo cuja obra, possuidora de
uma atmosfera nostálgica de forte carga poética, se tem vindo a afirmar desde a
década de 70, aproximando-se em vários aspectos do trabalho de grandes
cineastas como Antonioni ou Mizoguchi, que Angelopoulos sempre reclamou como
seus mestres, pelo trabalho com o plano-sequência e a importância atribuída ao
espaço em off.
Uma obra composta por
cerca de vinte filmes desenvolvidos ao longo de cerca de quarenta anos, que se
centra na realidade grega do último século ao procurar analisar a sua história
e questioná-la à luz das transformações da ordem mundial e do cinema, cujo
reconhecimento internacional é definitivamente conquistado em 1998 quando A ETERNIDADE E UM DIA ganha a Palma de
Ouro em Cannes, depois de O OLHAR DE
ULISSES ter vencido o Grande Prémio do Júri do mesmo Festival três anos
antes.
Sempre entendeu o cinema
como um meio de reflexão e de intervenção sobre a realidade, e é nesse sentido
que a sua última longa-metragem, cujas filmagens foram interrompidas na
sequência do acidente que conduziu à sua morte, abordava a actual situação
política e financeira da Grécia, consistindo no último opus de um tríptico
sobre o século XX e a falência da Grécia e da Europa.
Foi com a primeira
longa-metragem, RECONSTRUÇÃO, em 1970, que Angelopoulos afirmou a originalidade
do seu cinema, mas é a chamada trilogia político-histórica, composta por DIAS DE 36, A VIAGEM DOS COMEDIANTES e OS
CAÇADORES, que o coloca entre os pioneiros de um cinema atento aos
acontecimentos da história e à memória de um povo.
Fonte: “Cinemateca Portuguesa” (excertos)
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