EU NUNCA FUI CANTADOR
Eu
nunca fui cantador,
Nem nos
descantes achado;
Passo a
vida a trabalhar,
Trago o
meu corpo maçado.
A vida
que te darei,
Já a podes
ir sabendo;
Trabalharemos
os dois,
Assim
iremos vivendo.
Nesta
vida de ganhão,
Nem se
pode namorar;
De dia
ganha-se o pão,
A noite
é p’ra descansar.
Ó meu
bem apaga a luz,
Apaga-a
vai-te deitar;
Já
passa da meia-noite,
São horas
de descansar.
Canta
amor, canta comigo,
Já
qu’outra alegria não temos;
Basta
termos a certeza,
Que
nunca nos apartemos.
Cancioneiro Popular - Quadras recolhidas por José
Leite de Vasconcelos, filólogo, etnógrafo (Portugal, 1858 – 1941).
Imagem:
pintura de José Malhoa (Caldas da Rainha, Portugal, 1855 – Figueiró dos Vinhos,
1933).
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