A casa onde às vezes regresso
é tão distante
A
casa onde às vezes regresso é tão distante
da
que deixei pela manhãno mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos
Durmo
no mar, durmo ao lado do meu pai
uma
viagem se deuentre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo
o coração
José
Tolentino Mendonça,
in “A Que Distância Deixaste o Coração”.
Imagem: quadro do pintor
francês Eugène Boudin (1824-1898)
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