terça-feira, 12 de agosto de 2014

GONÇALVES CRESPO

 
 
 
 

Gonçalves Crespo (1846-1883) nasceu no Rio de Janeiro, Brasil.

Poeta, jornalista e jurista, filho de pai português e de mãe negra, viajou para Portugal aos dez anos de idade, onde passou a viver definitivamente.

Em 1877, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra.

Foi um dos principais representantes do movimento literário denominado Parnasianismo.

Colaborou em diversos jornais e revistas literários.

Em 1870, publicou o seu primeiro livro de poesia: Miniaturas.

Postumamente, foram publicadas as suas Obras Completas.



 
Palavras de Gonçalves Crespo:

Amar e ser amado, que ventura! Não amar, sendo amado, é um triste horror; mas na vida há uma noite mais escura, é amar alguém que não nos tenha amor! "


 
                    O Relógio

 
Ebúrneo é o mostrador: as horas são de prata
Lê-se a firma Breguet por baixo do gracioso
Rendilhado ponteiro; a tampa é enorme e chata:
Nela o esmalte produz um quadro delicioso.

Repara: eis um salão: casquilho malicioso
Das festas cortesãs o mimo, a flor, a nata,
Junto a um cravo sonoro a alegre voz desata.
Uma fidalga o escuta ébria de amor e gozo.

Rasga-se ampla a janela; ao longe o olhar descobre
O correto jardim e o parque extenso e nobre.
As nuvens no alto céu flutuam como espumas.

Da paisagem no fundo, em lago transparente,
Onde se espelha o azul e o laranjal frondente,
Um cisne à luz do sol estende as níveas plumas.


Gonçalves Crespo, in “Obras completas”.

 

1 comentário:

  1. Gostava de obter uma imagem do ilustre Gonçalves Crespo. Obrigada.
    Atenciosamente, L.A.

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