sexta-feira, 29 de agosto de 2014

EÇA DE QUEIROZ

 
 
 
 
 

Eça de Queiroz (1845-1900) nasceu na Póvoa de Varzim, Portugal.

Romancista, contista, diplomata, advogado e tradutor é considerado como um dos principais representantes do realismo português.

Em 1909, publicou Prosas Bárbaras, um conjunto de dez folhetins divulgados no jornal “Gazeta de Portugal”.

Foi membro proeminente do “Cenáculo”. Participou nas “Conferências Democráticas do Casino Lisbonense”, proferindo a quarta conferência intitulada “A Nova Literatura ou o Realismo como Expressão de Arte”.

Foi autor das célebres obras: O Primo Basílio, O Conde de Abranhos, A Catástrofe, O Crime do Padre Amaro, O Mandarim, O Mistério da Estrada de Sintra, A Relíquia, Os Maias, A Ilustre Casa de Ramires, A Cidade e as Serras, A Tragédia da Rua das Flores..

               

 
Palavras de Eça de Queirós:

"As duas qualidades mais preciosas em Arte, que mais raramente se reúnem: Realidade e Poesia."


 
 
Coração Incoerente

A superior sapiência das nações já formulou esta lei naquele seu fino adágio: O coração não sente o que os olhos não vêem. A mais pequenina dor que diante de nós se produz e diante de nós geme, põe na nossa alma uma comiseração e na nossa carne um arrepio, que lhe não dariam as mais pavorosas catástrofes passadas longe, noutro tempo ou sob outros céus.

Um homem caído a um poço na minha rua mais ansiadamente me sobressalta que cem mineiros sepultados numa mina da Sibéria: - e um carro esmagando a pata de um cão, em frente à nossa janela, é um caso infinitamente mais aflitivo do que a heróica e admirável Joana d'Arc queimada na praça de Rouen.

 

Eça de Queirós, in “Distrito de Évora”.

 

 

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