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INQUISIÇÃO EM PORTUGAL (I)
A Inquisição nasceu no
coração do Renascimento português. Era um dia do início de Outubro de 1536, no
reinado de D. João III.
Em Évora, onde residia a corte, o franciscano D. Diogo
da Silva, bispo de Ceuta e confessor de D. João III, recebeu a visita de João
Monteiro, canonista, desembargador do paço e homem de confiança do rei. Trazia
consigo algo longamente desejado: a bula Cum
ad nil magis, que fundava a Inquisição, promulgada pelo papa Paulo III a 23
de Maio. Nela nomeava-se D. Diogo da Silva para inquisidor-mor, juntamente com
o bispo de Coimbra D. Jorge de Almeida, o de Lamego D. Fernando de Meneses
Coutinho e Vasconcelos, e um quarto a ser escolhido pelo monarca.
Monteiro
perguntou a D. Diogo da Silva se prestava obediência ao mandado apostólico.
Este tomou a «bula em suas mãos e com todo o devido acatamento e reverência, a
beijou e pôs sobre a sua cabeça». Depois de a ler perante testemunhas, aceitou
o cargo.
Assim nascia o Santo Ofício em Portugal.
(continua)
in “História da Inquisição Portuguesa” – Giuseppe Marcocci e José Pedro Paiva.
Imagem: fogueira de judeus e cristãos-novos relapsos em
Lisboa (panfleto alemão anónimo)
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