domingo, 5 de janeiro de 2020

A INQUISIÇÃO EM PORTUGAL (I)




A INQUISIÇÃO EM PORTUGAL (I)


A Inquisição nasceu no coração do Renascimento português. Era um dia do início de Outubro de 1536, no reinado de D. João III. 

Em Évora, onde residia a corte, o franciscano D. Diogo da Silva, bispo de Ceuta e confessor de D. João III, recebeu a visita de João Monteiro, canonista, desembargador do paço e homem de confiança do rei. Trazia consigo algo longamente desejado: a bula Cum ad nil magis, que fundava a Inquisição, promulgada pelo papa Paulo III a 23 de Maio. Nela nomeava-se D. Diogo da Silva para inquisidor-mor, juntamente com o bispo de Coimbra D. Jorge de Almeida, o de Lamego D. Fernando de Meneses Coutinho e Vasconcelos, e um quarto a ser escolhido pelo monarca. 

Monteiro perguntou a D. Diogo da Silva se prestava obediência ao mandado apostólico. Este tomou a «bula em suas mãos e com todo o devido acatamento e reverência, a beijou e pôs sobre a sua cabeça». Depois de a ler perante testemunhas, aceitou o cargo. 

Assim nascia o Santo Ofício em Portugal.  

(continua)



in “História da Inquisição Portuguesa” – Giuseppe Marcocci e José Pedro Paiva.
Imagem: fogueira de judeus e cristãos-novos relapsos em Lisboa (panfleto alemão anónimo)






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