A
INQUISIÇÃO EM PORTUGAL (IX)
Quando que por meio da
tortura da corda se não tinha chegado ao fim desejado pelos ministros do Santo
Ofício, tinha então lugar a segunda espécie – a da água. Esta mesmo se dava a
alguns réus logo da primeira vez, circunstância só dependente da mera vontade
dos inquisidores.
Reduzia-se o segundo grau de tratos a fazer beber por força
ao paciente uma extraordinária quantidade de água, o que pelo modo de se
executar se constituía um tormento muitas vezes mais doloroso do que o da
corda. O mofino a quem caberia sofrer tão maldita tortura era deitado sobre um
banco construído em forma de leito, mas que era artificialmente cavado no meio
e disposto a poder abrir-se e cerrar-se à vontade dos algozes.
Esta sorte de vaivém se operava por meio dum varão de ferro, que ficava por baixo do corpo atormentado e a pressão fortíssima, ordenada por meio deste, confrangia desabridamente as vértebras do paciente, ocasionando-lhe dores insuportáveis. Enquanto por esta parte era assim torturado, por um funil se lhe lançava na boca quantidade imensa de água, que também o encharcava todo e fazia estar como num banho. A segunda circunstância aumentava a violência da primeira.
Esta sorte de vaivém se operava por meio dum varão de ferro, que ficava por baixo do corpo atormentado e a pressão fortíssima, ordenada por meio deste, confrangia desabridamente as vértebras do paciente, ocasionando-lhe dores insuportáveis. Enquanto por esta parte era assim torturado, por um funil se lhe lançava na boca quantidade imensa de água, que também o encharcava todo e fazia estar como num banho. A segunda circunstância aumentava a violência da primeira.
Por certo
que os selvagens não seriam capazes de mais!... Mas se o fossem, pouco
admiraria.
Porém, cristãos e sacerdotes?!!!... Ah! Grande Deus! Que imensa é a
vossa infinita misericórdia e recrescida a nossa depravada miséria !...
in “História dos
Principais Actos e Procedimentos da Inquisição em Portugal” – José Lourenço D.
de Mendonça e António Joaquim Moreira.
Imagem:
cena de tortura
Bastou ler a palavra "inquisição" para eu não ler mais.
ResponderEliminarAbraço
Feliz domingo
Abraço. Obrigado.
ResponderEliminar