QUANDO
O DIABO É VENTRÍLOQUO
O Diabo resolveu reunir o
seu sabbat num sótão da cidade de
Amiens.
Um dominicano publicou uma
dissertação sobre a infestação dos corpos e a possessão dos corpos.
Um pedreiro ouviu a
campainha tocar sozinha. Ficou obcecado.
Houve costureiras que ouviram varrer o
sótão à meia-noite. Dois padres e um fidalgo dão o mesmo testemunho.
Enquanto o cura Languet
combatia as possessões, algumas pessoas tentavam fazer passar por feiticeiro um
merceeiro de Saint-Germain-en-Laye, que era ventríloquo.
La Chapelle, que
apresentou este ventríloquo à Academia das Ciências, foi suspeito de
cumplicidade. É que Saint-Gilles tinha o talento de articular palavras muito
distintas com a boca bem fechada ou toda aberta. A sua voz parecia vir, ora do
meio dos ares, ora da abóbada de um templo, do alto de uma árvore ou do seio da
terra.
Ora, este facto raro não
podia ser encarado como natural. Todos os que falavam de outro modo que não
pela abertura destinada à fala, só podiam fazê-lo com a intervenção do Demónio!
O Diabo fazia das suas no ventre
deste miserável!
As obras do Diabo estavam
em toda a parte e manifestava-se de mil maneiras!
in “História da Magia e do
Ocultismo” – Danielle Hemmert e Alex Roudene.
Imagem: assinatura demoníaca, que se acredita ser a caligrafia
do próprio Diabo.
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