sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

FREDERICK FORSYTH



FREDERICK FORSYTH
(Reino Unido, 1938)
Escritor

***

Quando o Muro de Berlim foi derrubado, muitas pessoas interrogaram-se sobre se isso significaria o fim dos romances de espionagem. No entanto, Frederick Forsyth, um dos mais famosos autores mundiais do género, nunca teve dúvidas. Ele sabia que as animosidades de longa data sobreviveriam aos esforços diplomáticos para as disfarçar, e, na verdade, pouco tempo depois, o desmascarar do infame espião Aldrich Ames veio dar-lhe razão.

O autor descreve vividamente os seus objectivos como escritor, comparando a arena política com uma representação teatral:

- Nós, os contribuintes e votantes comuns, sentamo-nos nas bancadas olhando para o palco. O pano sobe e nós assistimos a uma actuação, seja uma sessão parlamentar, seja uma conferência de imprensa. Mas nós só vemos o que os produtores querem que vejamos. O que eu tento fazer é tomar o leitor pela mão e dizer-lhe: «Venha comigo aos bastidores e eu mostro-lhe as mesmas pessoas sem as perucas, sem a maquilhagem, antes de terem tempo de ensaiar o que vão dizer. Eu mostro-lhe como as coisas são na realidade…»

Como é que ele consegue esse tipo de informação? Falando com quem sabe. No caso de Ícone, isso implicou falar com agentes arrependidos do KGB, fontes dos serviços pensionários britânicos, ex-superiores de Aldrich Ames na CIA, visitas a Moscovo e a leitura de um sem número de publicações. Mas a espionagem em geral não terá sofrido uma redução desde o fim da guerra fria?

- Pelo contrário – diz Frederick Forsyth. – Andam mais atarefados que nunca. Está a acontecer tanta coisa…

Nos intervalos da escrita ou da investigação, Forsyth dedica-se à criação de carneiros na sua herdade do Hertfordshire, onde vive com a mulher, Sandy.

- No fundo eu não passo de um simples camponês – comenta o autor.

 

in “Ícone"                 

Imagem: retrato de Frederick Forsyth por Zsuzsi Roboz



 

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