AFONSO LOPES VIEIRA
(Leiria, Portugal, 1878 - Lisboa,
1946)
Poeta
***
O PUCARINHO
O pucarinho de barro,
O pucarinho,
Tem bochechas encarnadas,
Tem as faces afogueadas;
Dêem-lhe água, coitadinho,
Que tem sede, o pucarinho!
O pucarinho de barro,
O pucarinho,
´Stá ao pé da sua mãe,
Sua mãe, bilha bojuda,
Que tem como ele também
A carinha bochechuda!
O pucarinho de barro,
O pucarinho,
Se a água dentro lhe cai,
Põe-se baixinho chiando;
Parece que diz: - Ai, ai,
Já a sede vai passando!
Se se vai pelo caminho,
Ao Sol ardente,
Tem-se uma grande alegria,
Se dão de beber à gente
Uma pouca de água fria
Que é dada num pucarinho!
Este poema fazia pare do meu livro de leitura creio que dá 1a classe. Lembro-me da minha Mãe me sentar ao colo e de o ler em voz alta. Ainda hoje, 73 anos passados, o sei de cor.
ResponderEliminarQuantas vezes, criança, declamei este poema? Sabia-o de cor, letra por letra. Revisito-o agora, volvidos mais de 70 anos. Há imagens que ficam, encantamentos que persistem. E disso se faz a nossa língua...!
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