LUÍS DE MONTALVOR
(S. Vicente, Cabo Verde, 1891 - Lisboa, Portugal, 1947)
Poeta
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Pertenceu ao grupo
modernista tendo sido um dos fundadores das revistas “Orpheu” (1915) e “Centauro”
(1916).
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BABY!
Baby! Sossega a tua voz. Não digas mais
Essas canções do Mundo. Deixa que eu esqueço
Que fui menino ao colo de seus pais.
Deixa! Que o coração em si mesmo o adormeço...
Essas canções do Mundo. Deixa que eu esqueço
Que fui menino ao colo de seus pais.
Deixa! Que o coração em si mesmo o adormeço...
Com olhos de criança olho os desiguais
Dias e nuvens, sós, passando, e empalideço...
Canto de Prometeu todo desfeito em ais!
E a vida, a vida até, brinquedo que aborreço…
Dias e nuvens, sós, passando, e empalideço...
Canto de Prometeu todo desfeito em ais!
E a vida, a vida até, brinquedo que aborreço…
Mundo dos meus enganos como a desventura!
Experiência, - pobre fumo! Anela o meu cabelo
E põe-me o bibe azul e antigo da Ternura…
Que a vida, essa Babel desfeita que se embala,
ainda é para mim - criança de Deus, pesadelo
Da infância das fanfarras, fogo de Bengala!
Experiência, - pobre fumo! Anela o meu cabelo
E põe-me o bibe azul e antigo da Ternura…
Que a vida, essa Babel desfeita que se embala,
ainda é para mim - criança de Deus, pesadelo
Da infância das fanfarras, fogo de Bengala!
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