A INQUISIÇÃO EM PORTUGAL (VIII)
Quatro modos de tortura que se usavam no Santo Ofício
português: corda ou polé, água, fogo e
potro.
A tortura da corda
ministrava-se de um modo bastante bárbaro e consistia em se amarrarem os
braços, um sobre o outro e voltados para trás, com uma corda pendente duma
roldana sustida em o alto da casa dos tormentos e por meio dela era então
guindado o paciente, assim amarrado, até quase à altura da casa. Conservado por
algum tempo suspenso e quando o peso do corpo tinha já feito tomar aos membros
superiores uma posição aflitiva, largava-se repentinamente a corda numa
graduação para ficar o corpo elevado alguma coisa do plano da casa, sofrendo o
paciente um choque considerável.
Esta flagelação repetia-se tantas vezes
quantas bem julgavam os ministros assistentes e à força dos repetidos balanços
comportados, o infeliz posto a trato sentia deslocarem-se-lhe e até
fracturarem-se-lhe violentamente os ossos, o que fazia exalar gemidos
penetrantíssimos – que conquanto devessem ser muito dolorosos e comoventes mais
facilmente abalariam as pedras da casa que os arrefecidos corações desses
sacerdotes volvidos algozes.
(continua)
in “História dos
Principais Actos e Procedimentos da Inquisição em Portugal” – José Lourenço D.
de Mendonça e António Joaquim Moreira.
Imagem: aguarela “A
Expulsão dos Judeus”, do artista Roque Gameiro, que retrata a história da
Inquisição em Portugal.
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