ELECTRA
Ópera em um acto, dividida em dez cenas, com libreto de Hugo von Hofmannsthal
(baseada no drama clássico grego do mesmo nome, de Sófocles) e música de Richard
Strauss, estreada no Teatro da Corte de Dresda, em 23 de Janeiro de 1909.
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Tempo e lugar da acção: época grega.
Micenas.
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Premonitório e tremendo, um acorde
orquestral, inicia e remata porventura a mais sangrenta de todas as óperas: um
pai (Agamémnon) entrega a filha (Ifigénia) à deusa em troca de uma expedição
venturosa.
A sua mulher (Clitemnestra) vinga-se assassinando-o no ajudada pelo
seu amante (Égisto). Uma filha (Electra) anseia a hora da vingança pela morte
do pai, e a irmã (Crisotémis), dócil e fértil, espera somente o amor de um
homem. Após tão esperado regresso, será o irmão delas (Orestes) a matar a
própria mãe e o amante.
Num só ato de rara violência vocal e orquestral, eis a recriação freudiana da tragédia de Sófocles onde um sublime lirismo alterna com a obsessão histérica e violenta de Electra, princesa de Micenas.
Um quarto de
século após Parsifal e um quarto de século antes do advento do nazismo, Elektra
marca o primeiro encontro de Richard Strauss com uma figura feminina da
Antiguidade.
in “Óperas Imortais” e “Antena 2”
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