LIMA DE FREITAS
(Setúbal, Portugal, 1927 — Lisboa, 1998)
Pintor,
desenhador, escritor
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Lima
de Freitas é considerado um “Artista Total”, com um importante percurso
criativo e humanista na cultura portuguesa contemporânea: pintor, ilustrador,
ensaísta e brilhante investigador. Foi membro fundador da CIRET em Paris, a
partir de 1992 da Comissão Consultiva junto da UNESCO para a
transciplinaridade.
É
autor de ensaios e livros sobre temas de semiótica visual, estética e
simbologia, bem como de inúmeros escritos sobre arte.
Fonte: “Centro Português
de Serigrafia” (excerto)
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PABLO
PICASSO (V)
(continuação)
Durante o período cubista,
entre 1907 e 1914, ao integrar-se num grupo de artistas, escritores e poetas,
animados de um fervoroso espírito de investigação, Picasso iria desmentir as
ideias anteriormente expressas.
Apollinaire, figura importante do grupo,
anunciava uma arte verdadeiramente moderna, uma arte do novo século, a arte dos
que «conscientemente lutam na fronteira do infinito e do futuro». Um tal ideal
partilhado e a disciplina do cubismo quebraram, durante esses breves anos, o
altivo isolamento do grande espanhol.
Pela primeira e última vez Picasso deixou
de ser um «invasor vertical»; a sua crítica transformou-se, temporariamente,
numa proposta de cultura. Mas a primeira guerra mundial dispersou o grupo,
desarticulou o movimento e a sua visão do futuro. Braque, Dérain, Léger,
Apollinaire, partiram para a frente de batalha. Picasso regressou à sua
qualidade de espanhol, de exilado, de «bárbaro» (embora impregnado de todos os
requintes de uma civilização que lhe era exterior).
(continua)
in ”Voz Visível” – Ensaios - 1971
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