SANT'ANNA DIONÍSIO
(Porto, Portugal, 1902 - 1991)
Escritor,
professor, filósofo
***
Em 1924, licenciou-se em
Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e, dois
anos mais tarde, licenciou-se também em Filosofia.
Ao lado de José Marinho
(1904-1975), foi um dos maiores discípulos de Leonardo
Coimbra (1883-1936).
Sant’Anna Dionísio é um
autor que escreve sobre muitos assuntos, é um pensador que medita sobre muitos
saberes. A sua obra maior reflecte acerca da filosofia, da política, da
pedagogia e das culturas grega e portuguesa.
Poder-se-á verificar que, ao
mesmo tempo que alude à relevância que a cultura helénica e grega tem para a
cultura e a educação em Portugal, refere de igual modo que a Filosofia é uma
propedêutica e uma maiêutica, ou seja, que é a base de toda a educação.
Um dos sonhos que
acompanha Sant’Anna Dionísio por toda a sua vida e obra é a criação de uma
universidade livre, isenta de quaisquer objectivos práticos. Tal escola
superior seria aberta a todos quantos tivessem a ânsia de um saber
desinteressado de diplomas, exames ou vaidades. No fundo, o escopo do autor
portuense é fundar uma escola de humanidades ou, como ele próprio escreve, uma
“humaníssima escola” onde aqueles que quisessem aprender e ensinar,
independentemente de serem lojistas, guarda-livros, burocratas, auto-didactas
ou burgueses, teriam um lugar privilegiado.
Tão-só porque os
professores ou os mestres não seriam doutores mas simples almas acordadas,
prontas e discretas ao serviço de interrogar e esclarecer os mais curiosos.
Sant’Anna não é, apenas,
um professor e um pedagogo, um filósofo e um ensaísta, é também um metafísico,
um homem atento às esferas extra-sensoriais.
Numa entrevista dada,
poucos anos antes da sua morte, à revista Leonardo
em Março de 1988, alertava para a importância a conceder ao sentido da Morte e
para a atenção a ser dada aos anjos que, imperceptivelmente, habitam e
contactam o nosso espaço.
in “Nova Águia” (excertos)
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