PHILIP LARKIN
(Reino Unido, 1922
– 1985)
Poeta,
romancista
***
Em 1964, confirmou a
reputação como um grande poeta com a publicação de The Whitsun Weddings, e novamente em 1974 com High Windows : colectâneas cuja sagacidade abrasadora, não esconde
a visão sombria do poeta e a obsessão subjacente a temas universais de
mortalidade, amor e solidão humana.
Fonte: “Academy of American Poets”
***
DEIXEMO-NOS AGORA, MEU
AMOR: MAS NÃO
Deixemo-nos
agora, meu amor: mas não
seja
amargo desastre. Houve no passado,
muito
luar a mais e autocompaixão:
acabemos
com isso: já como nunca é dado
agora
ao sol audaz atravessar o céu
e
nunca aos corações deram mais ganas
de
serem livres contra mundos, florestas; eu
e
tu não os detemos, nós somos as praganas
a
ver o grão partir e é para outro uso.
E
tem-se pena. Sempre se tem alguma.
Mas
não demos às vidas laço escuso,
como
barcos ao vento, de luz molhada a crista,
desferram
do estuário e cada um lá ruma:
separam-se acenando e perdem-se
de vista.
Tradução: Vasco Graça Moura
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