ANTERO DE QUENTAL
(Ponta Delgada, Açores, Portugal, 1842 – 1891)
Escritor, poeta, filósofo
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Pela profundidade do pensamento
filosófico, inigualável em toda a história da literatura portuguesa, e pela beleza
formal dos seus poemas, em especial dos sonetos – forma que recupera após o romantismo,
na senda de João de Deus – a sua obra oferece uma das mais fecundas expressões de
toda a poesia portuguesa.
in“Livro dos Portugueses”
***
HINO À RAZÃO
Razão,
irmã do Amor e da Justiça,
Mais
uma vez escuta a minha prece.
É
a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre só a ti
submissa.
Por
ti é que a poeira movediça
De
astros, sóis e mundos permanece;
E
é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra
e viça.
Por
ti, na arena trágica, as nações
buscam
a liberdade entre clarões;
e os que olham o futuro e
cismam, mudos,
Por
ti podem sofrer e não se abatem,
Mãe
de filhos robustos que combatem
Tendo o teu nome escrito
em seus escudos!
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