AUGUST
STRINDBERG
(Estocolmo, Suécia,
1849 - 1912)
Dramaturgo, pintor
***
Escritor cuja obra, de carácter político e revolucionário,
influenciou o teatro moderno, sendo um dos principais precursores da literatura
expressionista. A sua infância difícil é descrita em O Filho da Criada, sendo o Quarto
Vermelho o seu primeiro romance naturalista. A sua agitada vida conjugal originou
o seu desequilíbrio nervoso e inspirou as suas novelas e narrativas autobiográficas.
Foi autor de peças teatrais, como Pai,
A Menina Júlia e outras de carácter histórico
e naturalista.
in “Nova Enciclopédia Portuguesa”
***
A CADA
VIRTUDE CORRESPONDE UM VÍCIO
Habituo-me a só pensar bem dos meus amigos, a
confiar-lhe os meus segredos e o meu dinheiro; não tarda que me traiam. Se me
revolto contra uma perfídia sou eu, sempre, a sofrer o castigo. Esforço-me por
amar os homens em geral; faço-me cego aos seus erros e deixo, indulgente ao
máximo, passar infâmias e calúnias: uma bela manhã acordo cúmplice.
Se me
afasto de uma sociedade que considero má, bem depressa sou atacado pelos
demónios da solidão; e procurando amigos melhores, acho os piores.
Mesmo depois de vencer as paixões más e chegar, pela abstinência, a uma certa tranquilidade de espírito, sinto uma auto-satisfação que me eleva acima do próximo; e temos à vista o pecado mortal, a vaidade imediatamente castigada.
Mesmo depois de vencer as paixões más e chegar, pela abstinência, a uma certa tranquilidade de espírito, sinto uma auto-satisfação que me eleva acima do próximo; e temos à vista o pecado mortal, a vaidade imediatamente castigada.
Como explicar que toda a aprendizagem de virtude dê origem a um novo vício?
in “Inferno”
Sem comentários:
Enviar um comentário