PEDRO DE AMORIM VIANA
(Lisboa, Portugal, 1822 - 1901)
Filósofo,
matemático
***
É um dos nomes de maior
destaque no panorama cultural do século XIX português.
Amorim Viana afirmava,
entre outras, como impossibilidades, a profecia; os milagres; a existência de
seres angélicos; o pecado original e a consequente queda; a encarnação de
Cristo enquanto Deus e homem, simultaneamente; a existência do mal como
realidade metafísica, sendo este apenas um reflexo da imperfeição humana.
A problemática da morte e
da sobrevivência da alma assume em Amorim Viana contornos que se aproximam, curiosamente,
do conceito dos corpos subtis inerentes às ordens de densidade da matéria
física, assim como da transmigração das almas (ainda que neste caso hajam
diferenças topológicas – uma vez que na concepção vianina a alma reencarnará
noutro mundo, que não este) defendida por algumas doutrinas esotéricas modernas
– como o espiritismo Kardeciano, o teosofismo de Blavatsky e o antroposofismo
de Rudolf Steiner – ao sustentar que a alma humana, uma vez liberta do corpo
físico e ainda que eterna, continuará vinculada à matéria e a outro corpo –
presume-se de menor densidade – que por sua vez habitará outro mundo ou plano,
onde, da mesma forma que neste, nascemos, vivemos e morremos e, assim
sucessivamente, até se atingir a perfeição e a consequente felicidade.
Esta perfeição estaria
contudo – segundo Amorim Viana – condicionada pela impossibilidade do homem,
enquanto criatura, atingir a perfeição absoluta, só acessível a Deus – o
Criador.
Fonte: “Didacta – Filosofia”
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