WILLIAM BUTLER YEATS
(Irlanda, 1865 - França, 1939)
Poeta, dramaturgo
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Foi um dos artífices do renascimento literário do seu país e ocupa um lugar
cimeiro entre os maiores poetas de língua inglesa de todos os tempos. Foi
galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1923. Seduzido pelas lendas e
mitos da tradição irlandesa, sentiu-se também atraído pelo mundo do
sobrenatural, interessando-se por leituras sobre a tradição hermética. As suas
últimas obras revelam um intenso misticismo.
Fonte: “Nova Enciclopédia
Portuguesa”
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QUANDO FORES VELHA
Quando fores velha, grisalha, vencida pelo sono,
Dormitando junto à lareira, toma este livro,
Lê-o devagar, e sonha com o doce olhar
Que outrora tiveram teus olhos, e com as suas sombras profundas;
Muitos amaram os momentos de teu alegre encanto,
Muitos amaram essa beleza com falso ou sincero amor,
Mas apenas um homem amou tua alma peregrina,
E amou as mágoas do teu rosto que mudava;
Inclinada sobre o ferro incandescente,
Murmura, com alguma tristeza, como o Amor te abandonou
E em largos passos galgou as montanhas
Escondendo o rosto numa imensidão de estrelas.
Dormitando junto à lareira, toma este livro,
Lê-o devagar, e sonha com o doce olhar
Que outrora tiveram teus olhos, e com as suas sombras profundas;
Muitos amaram os momentos de teu alegre encanto,
Muitos amaram essa beleza com falso ou sincero amor,
Mas apenas um homem amou tua alma peregrina,
E amou as mágoas do teu rosto que mudava;
Inclinada sobre o ferro incandescente,
Murmura, com alguma tristeza, como o Amor te abandonou
E em largos passos galgou as montanhas
Escondendo o rosto numa imensidão de estrelas.
Tradução: José Agostinho Baptista
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