GUSTAVE LE BON
(França, 1841- 1931)
Antropólogo,
psicólogo, sociólogo
***
O
RACIOCÍNIO DAS MULTIDÕES (II)
(continuação)
Associação de coisas
diferentes, que não têm entre si mais do que relações aparentes, e
generalização imediata de casos particulares que são as características da
lógica colectiva. São associações desta ordem que os oradores que sabem
conduzir as multidões lhes apresentam sempre. Só elas podem influenciá-las.
Um
encandeamento de raciocínios rigorosos seria totalmente incompreensível para as
multidões, e é por isso que podemos dizer que elas não raciocinam ou raciocinam
mal e não são influenciáveis por um raciocínio.
A falta de consistência de
certos discursos que exercem enorme influência nos ouvintes espanta por vezes
quem os lê; mas esquecemo-nos que eles foram feitos para arrastar
colectividades e não para serem lidos por filósofos.
O orador, em comunicação
íntima com a multidão, sabe evocar as imagens que a seduzem. Se o consegue,
atingiu o seu objectivo; e um volume de discursos é menos eficaz que meia dúzia
de frases que seduziram as almas que era necessário convencer.
(continua)
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