Carlos
de Oliveira nasceu em Belém do Pará, Brasil, no dia 10 de Agosto de 1921, e
viveu até 1 de Julho de 1981.
Filho
de imigrantes portugueses, veio para Portugal com dois anos de idade.
Licenciou-se
em Ciências Histórico-Filosóficas, pela Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra.
É
um dos mais importantes poetas neo-realistas do século XX.
Colaborou
nas revistas “Vértice” e “Seara “Nova”.
Participou
na antologia de vários poetas, intitulada “Marchas, Danças e Canções”, editada
por Fernando Lopes Graça, e na obra “Contos Tradicionais Portugueses”,
organizada por José Gomes Ferreira.
O
seu conhecido romance “Uma Abelha na Chuva”, foi adaptado ao cinema por
Fernando Lopes.
Recebeu
os Prémios: “Casa da Imprensa” e “Cidade de Lisboa”.
Carta
a Ângela
Para ti, meu amor, é cada sonho
de todas as palavras que escrever,
cada imagem de luz e de futuro,
cada dia dos dias que viver.
Os abismos das coisas, quem os nega,
se em nós abertos inda em nós persistem?
Quantas vezes os versos que te dou
na água dos teus olhos é que existem!
Quantas vezes chorando te alcancei
e em lágrimas de sombra nos perdemos!
As mesmas que contigo regressei
ao ritmo da vida que escolhemos!
Mais humana da terra dos caminhos
e mais certa, dos erros cometidos,
foste de novo, e sempre, a mão da esperança
nos meus versos errantes e perdidos.
Transpondo os versos vieste à minha vida
e um rio abriu-se onde era areia e dor.
Porque chegaste à hora prometida
aqui te deixo tudo, meu amor!
de todas as palavras que escrever,
cada imagem de luz e de futuro,
cada dia dos dias que viver.
Os abismos das coisas, quem os nega,
se em nós abertos inda em nós persistem?
Quantas vezes os versos que te dou
na água dos teus olhos é que existem!
Quantas vezes chorando te alcancei
e em lágrimas de sombra nos perdemos!
As mesmas que contigo regressei
ao ritmo da vida que escolhemos!
Mais humana da terra dos caminhos
e mais certa, dos erros cometidos,
foste de novo, e sempre, a mão da esperança
nos meus versos errantes e perdidos.
Transpondo os versos vieste à minha vida
e um rio abriu-se onde era areia e dor.
Porque chegaste à hora prometida
aqui te deixo tudo, meu amor!
Carlos de Oliveira, in “Poesias”
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