Castro Alves nasceu na cidade de Curralinho, no Estado da Bahía, em 14 de Março de
1847, e viveu até 6 de Julho de 1871.
Em 1863 publicou o
primeiro poema: “A Primavera”.
As suas poesias expressam
a repulsa pela escravidão e denunciam os grandes problemas sociais da sua
época. Ficou conhecido como o “Poeta dos Escravos”.
É considerado um dos mais brilhantes poetas
românticos brasileiros. Recitava, com enorme sucesso, os seus poemas líricos e
heróicos, nas festas literárias, para as quais era convidado.
Os
seus principais livros são: "Espumas Flutuantes"; "A Cachoeira
de Paulo Afonso"; "Gonzaga ou a Revolução de Minas"; "Os
Escravos", no qual estão inseridos os poemas "Vozes d'África" e
"O Navio Negreiro", considerados os dois poemas mais representativos
de sua obra.
Toda a sua criação literária foi reunida em dois volumes, com
os títulos : “Relíquias” e “Correspondência”.
É patrono da cadeira nº7 da Academia Brasileira de
Letras.
Que
tens criança? O areal da estrada
Luzente a cintilar
Parece a folha ardente de uma espada.
Tine o sol nas savanas. Morno é o vento.
À sombra do palmar
O lavrador se inclina sonolento.
É triste ver uma alvorada em sombras,
Uma ave sem cantar,
O veado estendido nas alfombras.
Mocidade, és a aurora da existência,
Quero ver-te brilhar.
Canta, criança, és a ave da inocência.
Tu choras porque um ramo de baunilha
Não pudeste colher,
Ou pela flor gentil da granadilha?
Dou-te, um ninho, uma flor, dou-te uma palma,
Para em teus lábios ver
O riso — a estrela no horizonte da alma.
Não. Perdeste tua mãe ao fero açoite
Dos seus algozes vis.
E vagas tonto a tatear à noite.
Choras antes de rir... pobre criança!...
Que queres, infeliz?...
— Amigo, eu quero o ferro da vingança.
Luzente a cintilar
Parece a folha ardente de uma espada.
Tine o sol nas savanas. Morno é o vento.
À sombra do palmar
O lavrador se inclina sonolento.
É triste ver uma alvorada em sombras,
Uma ave sem cantar,
O veado estendido nas alfombras.
Mocidade, és a aurora da existência,
Quero ver-te brilhar.
Canta, criança, és a ave da inocência.
Tu choras porque um ramo de baunilha
Não pudeste colher,
Ou pela flor gentil da granadilha?
Dou-te, um ninho, uma flor, dou-te uma palma,
Para em teus lábios ver
O riso — a estrela no horizonte da alma.
Não. Perdeste tua mãe ao fero açoite
Dos seus algozes vis.
E vagas tonto a tatear à noite.
Choras antes de rir... pobre criança!...
Que queres, infeliz?...
— Amigo, eu quero o ferro da vingança.
Castro Alves, in “O Navio Negreiro e outros Poemas”.
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