Eugénio Tavares (Cabo Verde, 1867-1930) foi uma
personalidade influente no panorama cultural e político cabo-verdiano.
A sua obra inclui poesia, música, ficção, ensaio.
A sua obra inclui poesia, música, ficção, ensaio.
Partindo
Triste,
por te deixar, de manhãzinha
Desci ao porto. E logo, asas ao vento,
Fomos singrando, sob um céu cinzento,
Como, num ar de chuva, uma andorinha.
Desci ao porto. E logo, asas ao vento,
Fomos singrando, sob um céu cinzento,
Como, num ar de chuva, uma andorinha.
Olhos na Ilha eu vi, amiga
minha,
A pouco e pouco, num decrescimento,
Fugir o Lar, perder-se num momento
A montanha em que o nosso amor se aninha.
A pouco e pouco, num decrescimento,
Fugir o Lar, perder-se num momento
A montanha em que o nosso amor se aninha.
Nada
pergunto; nem quero saber
Aonde vou: se voltarei sequer;
Quanto, em ventura ou lágrimas, me espera.
Aonde vou: se voltarei sequer;
Quanto, em ventura ou lágrimas, me espera.
Apenas
sei, ó minha Primavera,
Que tu me ficas lagrimosa e triste.
E que sem ti a Luz já não existe.
Que tu me ficas lagrimosa e triste.
E que sem ti a Luz já não existe.
Eugénio Tavares
Muito bom ...
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