Foi poetisa, escritora e jornalista.
A sua obra tem uma forte inspiração social e uma constante
inquietação pelo sofrimento dos mineiros.
Realizou
palestras, em todas as cidades da Bolívia, sobre temas relacionados com a
poesia.
Quando abri
meu coração
Quando abri meu coração, havia dentro
um deus ferido;
caía pela face esquerda
até romper a luz
e estremecer a terra.
Quando abri meu coração
havia uma oliveira incendiando entre raios.
Percutia o punho dos vazios
e brandia seus braços o estrago.
Quando abri meu coração,
as fráguas não mais ardiam,
mas o duro golpear dos ferros
arrastava
estrondos carcerários e suspiros.
um deus ferido;
caía pela face esquerda
até romper a luz
e estremecer a terra.
Quando abri meu coração
havia uma oliveira incendiando entre raios.
Percutia o punho dos vazios
e brandia seus braços o estrago.
Quando abri meu coração,
as fráguas não mais ardiam,
mas o duro golpear dos ferros
arrastava
estrondos carcerários e suspiros.
Quando abri meu coração,
o poema, viu a descarnada face da guerra,
de seus lábios saíram os adeuses,
houve tremores noturnos
e a silenciosa fuga das estrelas.
o poema, viu a descarnada face da guerra,
de seus lábios saíram os adeuses,
houve tremores noturnos
e a silenciosa fuga das estrelas.
Quando abri meu coração, rompiam-se a
pena,
o roído, o pó
e as últimas palavras desencontradas,
os olhos na sombra submersos
as lembranças insones
o roído, o pó
e as últimas palavras desencontradas,
os olhos na sombra submersos
as lembranças insones
revolvendo-se no vazio.
Quando abri o coração,
as lágrimas do mundo eram maiores!...
Quando abri o coração,
as lágrimas do mundo eram maiores!...
Alcira
Cardona Torrico
Tradução: António Miranda
Tradução: António Miranda
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