Eloy
Fariña Núñez (Humaitd,
Paraguai, 1885 – Buenos Aires,
Argentina, 1929).
Poeta,
ensaísta, dramaturgo e jornalista, autor de Canto
Secular, obra considerada como os Lusíadas
paraguaio, foi um dos mais importantes poetas modernistas de língua castelhana.
Foi
protagonista da denominada “Geração dos Novecentos”, um grande movimento revitalizador cultural que tinha como
objectivo arrebatar a sociedade paraguaia da apatia do pós-guerra de 1870.
A Serpente
Meu coração é uma vasta fogueira:
arde, crepita, verte luz, se inflama
e em torrentes de fogo se derrama,
como o sol na metade da carreira.
arde, crepita, verte luz, se inflama
e em torrentes de fogo se derrama,
como o sol na metade da carreira.
É luz que nos altares reverbera
e que em fulgor celestial se esparrama,
e é serpentina e corrosiva chama
que em satânico incêndio degenera.
e que em fulgor celestial se esparrama,
e é serpentina e corrosiva chama
que em satânico incêndio degenera.
Sobre meu coração, vulcão ardente,
põe tua mão devagar, suavemente,
e escuta que é furioso o seu latejo.
põe tua mão devagar, suavemente,
e escuta que é furioso o seu latejo.
Talvez, por tuas virtudes escolhida,
fique a teus pés, arfando, retorcida,
a maldita serpente do Desejo.
fique a teus pés, arfando, retorcida,
a maldita serpente do Desejo.
Eloy Fariña Núñez
Tradução: Sólon Borges do Rei
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