António Lobo Antunes (Lisboa,
Portugal, 1942) é escritor e
psiquiatra.
O “Prémio Camões”
é o mais importante da literatura em língua portuguesa.O júri deste ano reuniu-se na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Foi constituído pelos escritores Francisco Noa (Moçambique), João Melo (Angola), Fernando J.B. Martinho e Maria de Fátima Marinho (Portugal), Letícia Malard e Domício Proença Filho (Brasil).
A
decisão do júri fundamentou-se “na
mestria em lidar com a Língua Portuguesa, aliada à mestria em descortinar os
recessos mais inconfessáveis dos homens, transformando-o num exemplo de autor
lúcido e crítico da realidade literária”.
Palavras
de António Lobo Antunes:
"A
cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê
nunca será um povo de escravos."
Não disse nada amor
Não
disse nada amor, não disse nada
Foi o rio que falou com a minha voz
A dizer que era noite e é madrugada
A dizer que eras tu e somos nós
A dizer os mil rostos de Lisboa
Ao longo do teu rosto, se te beijo
Á luz de um pombo, chamo Madragoa
E Bairro Alto ao mar, se te desejo
Não disse nada amor, juro, calei-me
Foi uma voz que ao longe se perdeu
Cuidei que era Lisboa e enganei-me
Pensei que éramos dois e sou só eu
Foi o rio que falou com a minha voz
A dizer que era noite e é madrugada
A dizer que eras tu e somos nós
A dizer os mil rostos de Lisboa
Ao longo do teu rosto, se te beijo
Á luz de um pombo, chamo Madragoa
E Bairro Alto ao mar, se te desejo
Não disse nada amor, juro, calei-me
Foi uma voz que ao longe se perdeu
Cuidei que era Lisboa e enganei-me
Pensei que éramos dois e sou só eu
António
Lobo Antunes
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