PRIMEIROS LIVROS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE
Nem sempre o livro, no que diz respeito exclusivamente ao modelo
actual e forma de divulgar o melhor possível um texto, foi o que é hoje. Os
primeiros livros da história da Humanidade foram executados em rolos de papiro pelos egípcios, rolos que
chegavam a atingir por vezes vinte metros. O mais antigo rolo conhecido data de
2400 anos a.C.
Muitos séculos depois, isto no ano 500 a.C., surgiu o pergaminho, lançado no mercado da
escrita pelo rei de Pérgamo (daí o nome de pergaminho), Euménio, com a
finalidade de se subtrair ao monopólio egípcio do papiro. Mas foram os chineses
que idealizaram e fizeram circular pela primeira vez o livro em folhas de pergaminho,
juntas e, mais tarde, em cadernos (fins do século I), o que veio dar origem ao
volume. E enquanto não surgiu o papel, foi o pergaminho o material mais
adoptado para a feitura de livros manuscritos, tanto pelo seu preço, muito mais
barato que o papiro, como pelo facto de receber com mais facilidade a escrita.
Os primeiros livros portugueses em folhas de que há conhecimento,
são manuscritos e pertencem à Idade Média. Começaram por surgir nos mosteiros e
foram copiados de outros por hábeis copistas. A estes seguiram-se os livros gravados que, segundo Seizins,
apareceram na Europa em 1431. Já então existia uma tal ânsia de cultura que o
mais precioso presente que se podia oferecer era um livro. A arte de copista
era, por essa altura, das mais principescamente remuneradas. Até que surgiu
Gutenberg e a descoberta dos caracteres tipográficos móveis. É a época da
tipografia. E com ela um enorme salto dado na técnica e divulgação do livro.
O mais antigo livro impresso pelo sistema dos caracteres móveis
inventados por Gutenberg, foi o Excerto
do Juízo Final (1445), seguido da famosa Bíblia de 42 linhas, também conhecida pela Bíblia de Mogúncia, e que teria sido impressa pelo próprio
Gutenberg, entre 1450 e 1455. Desta Bíblia existem, actualmente, 40 exemplares
dispersos pelo mundo, um dos quais se encontra na Biblioteca Nacional de Lisboa,
sendo 28 em papel e 12 em pergaminho.
Quanto ao aparecimento da imprensa em Portugal, temos que a
primeira obra de impressão saída das nossas tipografias medievais foi o Tratado de Confissão, livro de 59
páginas impressas a duas colunas, em Chaves, a 8 de Agosto de 1489. Por
consequência mais velha cinco anos do que o Breviarium
Bracarence (1494).
O primeiro jornal a circular em Portugal, foi a Gazeta, no ano de 1641, ligada ao movimento
da Restauração da Independência. Em 1663, apareceu o primeiro número do Mercúrio, jornal a que sucedeu vinte e
cinco depois, o Mercúrio da Europa.
in “Dicionário da Literatura Portuguesa”
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