ALBERTO MORAVIA
(Roma, Itália, 1907
-1990)
Escritor, jornalista
***
O GOSTO PELA CONTEMPLAÇÃO
O poder interior do homem
pode-se comparar ao de um rio que, impedido por um dique, forme uma bacia
artificial dando assim origem a uma fonte de energia. Mas há séculos que este
dique tem uma falha, a bacia está quase vazia, a energia pouco menos que gasta
e todas as regiões em volta estão na escuridão.
Deve-se portanto reforçar
o dique e permitir que o nível da água suba. Por outras palavras, para
encontrar uma ideia do homem, isto é, uma fonte de verdadeira energia,
necessita-se que os homens reencontrem o gosto pela contemplação. A
contemplação é o dique que alimenta de água a bacia. Ela permite aos homens
acumular de novo a energia de que a acção os privou.
in "O Homem Como Fim" (Citador)
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