FERNANDO DE OLIVEIRA GUIMARÃES
(Porto, Portugal, 1928)
Poeta,
ensaísta, tradutor
***
METAMORFOSE
Ao longe viste
os ramos do que somos
tocados pelo vento. Os mesmos lábios
disseram o que em ti se espalha como
a areia, estas dunas, o prenúncio
da substância extrema que se amolda
a tudo. E unidos ficam por mais tempos
até que sejam a dispersa forma
de se perderem num mais firme gesto
que dissipe as sementes junto aos sulcos
há muito entreabertos para serem
o lugar de repouso. Este era o súbito
vislumbre das suspeitas que nos trazem
o impulso com que possas receber
apenas outro dom, a identidade.
tocados pelo vento. Os mesmos lábios
disseram o que em ti se espalha como
a areia, estas dunas, o prenúncio
da substância extrema que se amolda
a tudo. E unidos ficam por mais tempos
até que sejam a dispersa forma
de se perderem num mais firme gesto
que dissipe as sementes junto aos sulcos
há muito entreabertos para serem
o lugar de repouso. Este era o súbito
vislumbre das suspeitas que nos trazem
o impulso com que possas receber
apenas outro dom, a identidade.
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