FRANCESCO PETRARCA
(Itália, 1304 -
1374)
Poeta, filósofo
***
Parte das suas obras são escritas em latim erudito e
de influência escolástica, destacando-se de entra elas o poema África, as Epístolas, as Confissões,
Sobre os Homens Ilustres ou Segredo, mas foi sobretudo a sua poesia
lírica, em Il Canzoneri que mais lhe deu
notoriedade contribuindo profundamente para a fixação da língua italiana.
Em 1341,
Petrarca recebeu o maior galardão dos poetas, sendo coroado no Capitólio.
in “Enciclopédia Portuguesa”
***
O AMOR QUE ABANDONASTE
Alma tão bela desse nó já solta
Que mais belo não sabe urdir natura,
Tua mente volve à minha vida obscura
Do céu à minha dor em choro envolta.
Da falsa suspeição liberta e absolta
Que outrora te fazia acerba e dura
A vista em mim pousada, ora segura
Podes fitar-me, e ouvir-me a ânsia revolta.
Olha do Sorge a montanhosa fonte
E verás lá aquele que entre o prado e o rio
De recordar-te e de desgosto é insonte.
Onde está teu albergue, onde existiu
O amor que abandonaste. E o horizonte
De um mundo que desprezas, torpe e frio.
Que mais belo não sabe urdir natura,
Tua mente volve à minha vida obscura
Do céu à minha dor em choro envolta.
Da falsa suspeição liberta e absolta
Que outrora te fazia acerba e dura
A vista em mim pousada, ora segura
Podes fitar-me, e ouvir-me a ânsia revolta.
Olha do Sorge a montanhosa fonte
E verás lá aquele que entre o prado e o rio
De recordar-te e de desgosto é insonte.
Onde está teu albergue, onde existiu
O amor que abandonaste. E o horizonte
De um mundo que desprezas, torpe e frio.
Tradução: Jorge de Sena
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